Ética x fraude – Uma relação inversamente proporcional

Um homem verificando os dados do mercado de ações no tablet

Caso Lojas Americanas: uma reflexão importante Entenda como minimizar riscos com fraudes.

Ultimamente, o caso das Lojas Americanas tem sido bastante discutido. Infelizmente, esse não é um fato isolado: Toshiba e Enron são dois casos de escândalos financeiros de grande expressão mundial, ocorridos em 2015 e 2001, respectivamente. Porém, vamos aproveitar essa triste situação para falar sobre um assunto extremamente importante e que acreditamos ser a origem de toda fraude: a ética nos negócios.

Ironicamente, pesquisa recente divulgada pela PwC, empresa responsável pela auditoria das Lojas Americanas, indica que, no Brasil, aproximadamente 62% dos executivos entrevistados foram vítimas de, pelo menos, um caso de fraude nos últimos 24 meses. Além desse número, que por si só já é assustador, a pesquisa aponta também que 43% dos fraudadores são agentes externos, 31% são agentes internos e 26% das fraudes ocorrem através de conluio entre agentes internos e externos.

Ou seja, 57% das fraudes envolvem pessoas que estão dentro da própria organização.

Assim, podemos dizer que nenhuma organização hoje é imune a fraudes, seja ela de qualquer natureza.

Atualmente, as grandes organizações investem milhões em sistemas e políticas de controles que buscam impedir, ou pelo menos, minimizar a ocorrência de fraudes. Mas parece que quanto mais se investe, maior o número dessas ocorrências. Pelo menos é o que indicam as pesquisas, pois esses percentuais vêm se mantendo em níveis cada vez mais elevados ano após ano. À título de informação, a mesma pesquisa aponta que em 2020 o percentual de vítimas de fraudes no Brasil foi de 46%, e de 62% em 2022, sendo umcrescimento vertiginoso.

Então, como blindar uma corporação contra fraude? Infelizmente, isso é utópico. As condições que levam um agente, seja ele interno ou externo, a cometer uma fraude são as mais diversas possíveis e envolvem necessidades financeiras imediatas ou não, falhas de caráter, ambição desmedida ou até mesmo psicopatias.

Porém, para tentar evitar, ou pelo menos minimizar o risco de fraude, deve-se ir muito além da implantação de políticas, procedimentos e sistemas de controles que são, sem dúvida, essenciais para prevenir fraudes. Os valores éticos inseridos na missão e na visão de uma companhia, o bom exemplo da alta administração e a justiça no tratamento de eventuais casos de fraude descobertos, são fatores que devem estar impregnados na cultura da empresa.

Valores como: honestidade, justiça, verdade, solidariedade, bondade, lealdade, entre outros, devem estar implícitos na forma como a organização conduz seus negócios. Eles podem até estar descritos em um Manual de Conduta, ou Manual de Ética, mas se não estiverem enraizados na cultura da organização, de nada adianta. Valores éticos precisam ser vividos, praticados e não só estarem escritos. Aquela máxima “faça o que eu digo, não o que eu faço” não poderia ser mais perniciosa.

Uma empresa com uma cultura voltada para os valores éticos, tende a atrair parceiros com a mesma cultura, sejam internos ou externos.

Embora casos de fraudes possam ocorrer, a implantação de controles internos, auditoria interna ou externa e gerenciamento de riscos, é especialidade da Berkan e pode auxiliar sua empresa a prevenir o risco de fraudes, através de auditorias rigorosas, treinamento de funcionários, implementação de controles internos robustos, desenvolvimento de políticas éticas claras e monitoramento constante das atividades financeiras. Desta forma, é possível cercear ainda mais atividades e comportamentos potencialmente fraudulentos, tanto de fontes internas, quanto externas.

Desta maneira, proporcionar uma cultura organizacional na qual os valores éticos sejam praticados e sentidos através do bom exemplo da alta administração, com certeza, é o grande fator de prevenção de fraudes envolvendo os agentes internos (que são a maioria). Além disso, é claro, ter o sentimento gratificante gerado pela certeza de estar fazendo a coisa certa.

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